terça-feira, 12 de abril de 2016

Como escolher o pediatra do meu filho?

Quando eu estava grávida, nem me preocupava com essa questão de pediatra, inclusive, só fui saber que era necessário um na sala do parto, quando já estava com uns 6 meses de gravidez em uma consulta de rotina com a obstetra. Como eu tive uma gravidez de risco, a minha maior preocupação era manter o Davi o maior tempo possível dentro da barriga, então deixei para escolher o pediatra dele depois que ele nascesse e confiei no médico indicado pela minha obstetra para acompanhar o parto.


A escolha do pediatra

Hoje, é claro, faria TUDO DIFERENTE. A escolha de um pediatra no qual você se identifique e confie é primordial. O ideal é você, se possível, escolhê-lo ainda quando está grávida. Ele irá acompanhar o seu parto e o seu bebê desde o primeiro minuto de vida. Não são todos os pediatras que participam de parto, mas às vezes podem lhe dar orientação e indicação de outro profissional apenas para este momento. O pediatra que estava presente no meu parto era de uma equipe que fica de plantão na maternidade que o Davi nasceu. Ele era bastante competente, mas alguém que eu tinha intimidade zero para conversar. Fora que por ser uma equipe que atua em partos a todo momento, cada dia que fiquei no hospital internada após o parto e os três dias que o Davi ficou internado na UTI para tomar banho de luz, aparecia um pediatra diferente. Dá para sentir a confusão, né?! Com uma semana de vida, o Davi tinha que ser novamente avaliado por um pediatra e não consegui marcar consulta com nenhum daqueles pediatras por falta de agenda (o que é um absurdo, pois participaram do parto e não podiam abrir uma brecha para ele na agenda? Mas ok).

Linhas de Pensamento


Marquei então com um pediatra indicado por um familiar. Ele era muito experiente, solícito, competente, mas daqueles médicos com linhas mais antigas de pensamento. Aliás, isso é algo que deve ser levado em conta, existem pediatras com diferentes linhas de pensamento. Uns são da linha mais conservadora, outros mais modernos, uns gostam de homeopatia, etc etc etc. Você deve, sobretudo, "fechar" com a linha que ele segue. Eu, definitivamente, não fechei com o meu. O Davi era prematuro de 34 semanas, nasceu pequeno, mas grande para a idade gestacional, com 2,6 kg e 47 cm (tem bebê que nasce desse tamanho com 40 semanas). No segundo dia de vida já pegou o peito direitinho e mamava bem. Na maternidade indicaram o uso de complemento, porque ele nasceu com hipoglicemia. Eu, como boa mãe de primeira viagem, segui tudinho à risca. Daí nas primeiras consultas com esse pediatra, ele encucou que o Davi não tava ganhando peso adequadamente (mesmo engordando) e mandou insistir no complemento em todas as mamadas e acordá-lo rigidamente de 3 em 3 horas para mamar. Isso tudo sem muita explicação, apenas na linha "faça isso porque é o correto". Resultado: com 3 meses o Davi já pesava 7 kg! Insisti tanto no complemento que o guri engordou demais! Aí este pediatra começou a me pressionar dizendo que eu devia diminuir as mamadas, parar de amamentar na madrugada e deixar o bebê chorando para aprender. Para ele a solução de todos os problemas era deixar chorando. Aquilo me incomodava. Mesmo suspendendo o complemento, o Davi continuou ganhando muito peso, e o médico, a cada consulta, me deixava nervosa, dizendo que aquilo não estava certo, que ele iria virar uma criança obesa e parecia duvidar que eu estava o alimentando apenas com leite materno. Eu passei a ficar neurótica com o peso do Davi e ele virou um bebê glutão porque nos primeiros meses lhe foi oferecido muito leite. Enfim, depois de muitos meses de desespero, resolvi que era a hora de abandonar de vez aquele pediatra.

Uma amiga, que conheci num fórum de mães na internet, me indicou a pediatra das filhas dela, sob a recomendação de ser a melhor pediatra do mundo. Não pensei duas vezes e marquei uma consulta. E não me arrependi, realmente, ela é a melhor pediatra do mundo! As consultas duram numa média de 1 hora, ela examina detalhe por detalhe da criança e tem toda a paciência do mundo para explicar qualquer dúvida que você tiver. Ela orienta, mas não diz "faça isso porque é o correto" ou "é o que tem que ser feito". Ela explica a melhor forma de agir e todas as razões do porque você tem que agir daquela forma. Fora que responde no mesmo dia a qualquer dúvida via whats app. O meu único arrependimento é não ter consultado com ela desde o início da vida do Davi. Com certeza eu teria ficado menos nervosa e encucado menos com certas coisas. Ah, sobre o peso dele, a primeira coisa que ela perguntou é como eu e meu marido éramos quando bebês. Ambos eram gordinhos, sendo que meu marido nasceu com quase 4 kg (mesmo peso que o Davi teria se nascido no tempo certo). Ela disse que ele era um bebê alto e o peso estava proporcional à genética e ao tamanho dele, e que se eu estava o alimentando de forma saudável, não havia qualquer motivo de preocupação. Me tirou um baita peso das costas em uma simples consulta.

Por essas e outras, tente encontrar um pediatra que você se identifique o quanto antes. Marque consultas ainda grávida, mesmo que o pediatra seja indicado por alguém de confiança. Ás vezes o que é bom para um, não serve para outro, como foi o meu caso. O pediatra vai ser o seu alicerce por um bom tempo da vida do seu filho e deve ser alguém com quem você possa contar e que feche com o seu tipo de pensamento sobre maternidade!
Beijos,
Elis

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